Outra das consequências da transição demográfica e epidemiológica com seu envelhecimento demográfico é o aumento do contingente dos idosos com idades mais avançadas.
Para observar esse processo podemos utilizar alguns indicadores, tais como:
a) Esperança de Vida a idades mais avançadas
b) Proporção de idosos com 80 anos e mais.
A esperança de vida aos 60 anos é o número médio de anos de vida esperados para uma pessoa ao completar 60 anos de idade, mantido o padrão de mortalidade existente na população residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Pode ser utilizada para analisar variações geográficas e temporais na expectativa de vida da população de idosos, por sexo, possibilitando análises comparativas da mortalidade nessa idade; como também para subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas para os idosos, em especial de atenção à saúde e de proteção social.
Este indicador é calculado a partir de tábuas de vida elaboradas para cada área geográfica, toma-se o número de indivíduos de uma geração inicial de nascimentos que completou 60 anos de idade (l60). Determina-se, a seguir, o tempo cumulativo vivido por essa mesma geração desde os 60 anos (T60) até a idade limite.
Em razão do cálculo da Esperança de vida (seja ao nascer, seja por idades específicas) depender da elaboração da tábua de vida, sua construção e fontes de dados não são explicadas neste curso. Apenas comentamos que as fontes de dados dependem de dados de mortalidade por idade obtidos geralmente do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), das estimativas de população do IBGE e de outras fontes que permitem definir as hipóteses do ritmo da natalidade assim como as correções quando necessárias da taxa de mortalidade infantil.
O Gráfico 4 demonstra que, no Estado do Rio de Janeiro, a esperança de vida da população idosa aumentou consideravelmente entre 1991 e 2010 (de 18,6 para 21,2 anos). A menor expectativa de vida aos 60 anos para a população masculina aponta uma maior necessidade de atenção para esse grupo.
Gráfico 4
Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.
A expectativa de vida pode-se calcular para outras idades especificas. Neste caso, é adequado observar também a expectativa de vida aos 80 anos de idade. Apresentamos aqui os resultados para o Brasil.
Gráfico 5
Observa-se o crescimento da expectativa de vida a partir dos oitenta. O crescimento foi mais acentuado na década de 2000 que na década de 1990.
b) Outro indicador que aponta para o envelhecimento dos idosos é a proporção de idosos com 85 anos ou mais, o que aponta para grandes mudanças no setor saúde do Brasil.
Utilizamos como fonte de informação para o cálculo deste indicador a que melhor ofereça o tamanho da população (seja estimativa, projeção ou volumem observado, como no Censo). No Brasil a instituição que oferece tais estimativas oficiais é o IBGE.
Para as estimativas e projeções o IBGE utiliza, geralmente, outras fontes de informação como as Pesquisas Amostrais de Domicilio (PNAD).
Nos anos do Censo deve se utilizar o Censo Demográfico o qual é previsto para ser realizado a cada 10 anos. Nos outros anos, devem-se utilizar as estimativas ou projeções demográficas, a partir de bases censitárias, elaboradas anualmente para o Tribunal de Contas da União e adotadas oficialmente pelo país.
Os dados sobre a população brasileira podem ser obtidos on-line, na página eletrônica do IBGE ou do Datasus.
Tabela 5
A proporção de residentes com 85 anos ou mais aumentou no Rio de Janeiro entre 2000 e 2010. Essa mudança traz boas notícias sobre o envelhecimento brasileiro já que é outro indicador dos ganhos na sobrevivência, mas também revela necessidade de desenvolvimento de cuidados específicos para idades mais avançadas, principalmente na atenção básica.